Viver esse tipo de situação, em que fico dois dias sem o meu filho, traz um misto de sentimentos: por um lado, a dor quase física da saudade e, por outro, a doce delícia de poder dormir até ao meio-dia, como nos bons e velhos tempos.
Eu confesso que não ficava à vontade no início, e, na verdade, não fico até hoje. No primeiro fim de semana, chorei durante dois dias, mandava mensagens para saber como estava e, para esquecer a dor da separação
Foi então que vi que estava arrumando uma forma de não lidar com a situação, me colocando em cenários fora da minha realidade sério, balada não combina comigo, ficar em pé, lugar apertado, tudo caro, caras olhando como se fôssemos objeto, para mim não dá há pelo menos uns dez anos.
Claro que não é para a mãe ficar enfurnada em casa fazendo faxina enquanto o filho está com o pai. Se bem que é uma ótima chance de dar aquela geral na casa, porque vocês já tentaram fazer faxina com um bebê agarrado na sua perna? Mas, como tudo nessa vida, dá para tirar coisas positivas dessa "folga".
- Por exemplo, dá para dormir atéééé acordar. Quem é mãe sabe o quanto isso é impossível com um filho. Eles são verdadeiros despertadores. Então, que tal aproveitar para, de 15 em 15 dias, tirar o atraso no sono?
- Maratona de séries ou de qualquer coisa que tenha humanos em cena e não uma porca malcriada respondona e mimada (mas que sempre ajuda nas horas em que é preciso deixar a cria entretida para cozinhar/lavar louça/tomar banho.
- Ir ao banheiro. Sozinha. E fechar a porta. Geralmente quem mora sozinho comemora o fato de poder ir no banheiro e deixar a porta aberta sem medo que a parentaiada veja as suas vergonhas. Eu já sou ao contrário, quando estou sozinha aproveito para, então sim, fechar a porta, e se pá até tranco à chave.
- Maratona de séries. Sério, gente, é libertador poder assistir algo que não envolva o soldado que tem cabeça de papel e que se por acaso não marchar direito vai preso para o quartel.
- Sair com as amigas. Depois da maternidade, o nosso lado mãe acaba se sobressaindo muito em relação ao lado mulher. Aproveitar que o filho está no pai para sair com as amigas ou com o bofe (para quem é de bofe) dá uma aliviada na alma.
- Ir ao salão: chega de DIY quando o assunto é beleza, fazer unha, arrumar cabelo, depilar (tudo após o horário da cria dormir, o que, no meu caso, é tarde, bem tarde, o que me leva a fazer esse tipo de coisas depois das 23h).
- Maratona de séries: sério, gente, é que vocês não têm ideia do quanto é bom ficar dois dias sem escutar que fui morar numa casinha e que só assim por acaso a casinha estava infestada de cupim e que tinha uma lagartixa debochada.
Então, sempre tem coisas positivas de ter folga de ser mãe. Claro que, no meu caso, tudo o que tem para fazer acaba domingo de manhã e eu estou lá chorosa vendo fotos do baby pelo celular. Mas isso aí é outra história. Porque ter uma folguinha de ser mãe é bom, mas ficar agarradinha com o galeguinho é bem melhor.

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