Ele não tinha muita sorte no amor. Era daquele tipo de cara que já tinha desistido. Mas não completamente. Lá no fundo, ele sabia que queria aquele relacionamento que faz bem. Ele queria que alguém estivesse do seu lado por aquilo que ele é. Mesmo que ele se achasse meio chato, difícil e com cara de bravo.
Então, ele a encontrou. E mal sabia que ela também procurava o mesmo que ele: alguém com quem ela não precisasse fazer média. Que a aceitasse.
Gostou dela sem antes a ver pessoalmente. E quando isso aconteceu, parecia que já se conheciam. E desde então, ela tem feito parte dos seus dias.
O tempo foi passando e ele foi tendo a sensação que aquilo ali poderia ser diferente. E nem a conhecia direito. Ainda não a conhece. Não sabe o segundo nome dela. Não sabe onde ela mora nem onde trabalha. Nem imagina que aquele cabelo não é realmente daquela cor.
Mas ele já sabe que a banda de rock favorita dela é Guns´n´Roses. E que ela gosta de cantar música sertaneja enquanto dirige. Já percebeu que ela não fica sem café, e, por isso, a leva para tomar expresso naquele lugar chique, mesmo que ela insista em dizer que um cafézinho preto na padoca já está bom demais. Mas ele gosta de a ver em lugares bonitos, sentar para conversar com ela.
E como ele gosta disso! Ela fala de tudo, de política, futebol e corrida. E, o melhor de tudo, gosta das mesmas coisas que ele. Até percebe que ela está louca por um cigarro - ele conhece já os momentos em que o vício fala mais alto -, mas ela não se importa de ficar ali só mais um pouco, conversando de tudo e sem ficar constrangida com os momentos de silêncio. Aí ela lança aquele sorriso que o desarma facilmente.
Ele gosta como ela é companheira, seja bebendo seis Originais ou planejando correr juntos. Ainda não foram, mas ele sabe que irão. E mesmo ele correndo bem mais do que ela, já decidiu que vai diminuir o ritmo e correr ali do seu lado. Porque é assim que ele quer ficar.
E no dia em que estava chovendo e ela nem ligou e andou de mão dada com ele na rua sem se importar com o cabelo, a olhou de forma diferente. Porra, essa mina é diferente. Tem aquele jeito de menina, bebe igual homem, quando vê uma mulher bonita na rua e que sabe que ele está olhando, fala: "Gostou dela, né, seu safado?", e cai na risada. Cara, ela é louca.
Ele a conhece há pouco tempo. Não sabe o que é tudo isto. E, na verdade, ele não quer dar nomes a uma coisa que não pode ser definida. E, apesar das tentativas dela de ter uma DR quando abusa na cerveja, ele também sabe que para ela está bom assim. Porque ela sabe exatamente o que quer - e ela já provou que, agora, ela só quer estar do lado dele, onde pode ser ela mesma. E é assim que ele gosta.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário