Como reagir aos pitacos pós maternidade

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Eu não sei o que acontece com as pessoas que assim que sabem que alguém está grávida, começam com uma série de recomendações, conselhos, críticas sobre o modo como aquela mãe pretende viver ou efetivamente vive a maternidade.
É um exercício de autocontrole muito grande ouvir esse tipo de coisas, muitas delas bizarras e do tempo do Guaraná com rolha, e não falar nada para não perder a amizade. Até porque, na maioria dos casos, a pessoa só quer ajudar.

É aí que entra ela, a famosa cara de alface.



Cara de alface é a cara de paisagem que toda mãe faz desde que viu o positivo do teste de farmácia até o filho completar 18 anos. É a cara de nada, do sorriso tímido e silencioso que já diz tudo: "Do meu filho cuido eu". 

Fazer cara de alface requer treino e persistência. Não é à primeira recomendação que se consegue a proeza de fazer a cara de alface perfeita. O bom é que temos quase 19 anos para treinar.

Tipos de entrevistados

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Para quem não sabe, sou jornalista, formada em Portugal, e atuo na área há oito anos. Nesse tempo, tive a oportunidade de conhecer muitas histórias e muitas pessoas. Todos nós temos nossas particularidades, mas é possível, ao longo do tempo, formar subtipos de entrevistados. Pessoas acostumadas a dar entrevistas, pessoas que nunca falaram com um jornalista, e até, ouso dizer, pessoas que não sabem o que é um jornalista. Na hora da entrevista, eles são bem peculiares. 

O entrevistado "'É para a TV Diário?'"


São normalmente pessoas entrevistadas na rua. Talvez por não estar acostumado a ler jornal, esse entrevistado acha que jornalismo é só TV. Então, quando o repórter o aborda perguntando se pode participar de uma reportagem sobre, sei lá, a obra X que está acontecendo no centro, ele sempre pergunta: "Isso é para onde, para a TV Diário?". Que atire a primeira pedra o repórter de impresso que nunca escutou isso.

Reação do jornalista:
"Não, senhora, é jornal"

Não despeje seu lixo nos outros

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Todos nós temos uma bagagem. E, infelizmente, às vezes ela vem com lixo. São os problemas, traumas, desilusões que fazem nossa malinha de viagem ficar não só pesada, como suja e fedorenta.
E como ninguém gosta de carregar lixo por aí, às vezes temos a tendência de, mesmo sem querer, despejar nosso lixo nos outros. Não é que somos más pessoas, é que às vezes só queremos esvaziar um pouco o lixo.
Então o que fazemos? Naquele dia mau maltratamos a moça do caixa ou o porteiro, discutimos com o parente, perdemos a paciência com o filho, menosprezamos funcionário e até xingamos estranhos na internet - esta última, aliás, está muito na moda. Por trás do anonimato das redes sociais, parece que nos achamos no direito de criticar coisas sem nenhum rodeio: "Nossa, como você engordou", " caramba, você ficou horrível com essa roupa" e por aí afora.

O que as pessoas precisam saber sobre a licença-maternidade

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Já passou quase um ano desde que voltei a trabalhar, mas o tempo em que fiquei de licença-maternidade foi tão intenso que lembro até hoje.
Por isso, decidi compartilhar algumas coisas que acho que é necessário que todos saibam sobre licença-maternidade.

Licença-maternidade não são férias.
"Ah, quatro meses só descansando, né?". Amigos, não. Licença-maternidade é tudo menos descanso. É ficar noites sem dormir, dar de mamar a toda hora, cuidar do bebê e, de quebra, ainda dar um jeito na casa para que não pareça que passou um furacão.

Ficar o dia inteiro sem conversar com um adulto pode levar a mãe à loucura
Quando o pai trabalha o dia inteiro, a mãe acaba ficando muito sozinha. Parentes podem ir para visitar, mas eles mesmos acabam por não querer incomodar e não vão tanto. Então, a mãe fica o dia inteiro, durante quatro meses, sem falar com adulto. Lembro que o momento alto do meu dia era quando colocava o Antonio no sling e ia ao supermercado. Era quando conversava um pouco com a moça do caixa e isso me alegrava por uns breves instantes.



Coisas que estranhei quando vim para o Brasil

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Mudei-me para o Brasil em 2008. Apesar de hoje estar totalmente (ou quase) inserida na cultura, no início foi um pouco difícil me acostumar com coisas bem comuns por aqui. 

No Brasil, as pessoas - a maioria, pelo menos - toma banho duas vezes por dia. Tomam banho até antes de ir para a praia ou para a academia.
Foi um pouco difícil acostumar com isso. Em Portugal, a gente toma banho uma vez por dia, sempre achei isso de bom tamanho. Quando fui percebendo que aqui o povo curte um chuveiro, fui adotando a prática para não ser chamada de "portuguesa porca" rs. Mas às vezes ainda acho que dá para tomar um só. Afinal, a água está acabando em São Paulo, né, gente?





Aqui, os hábitos alimentares são diferentes. Come-se arroz com feijão todos os dias, no almoço e no jantar, e inclusive come-se arroz e feijão com macarrão ou lasanha. Bizarro.
Eu vivo perfeitamente bem sem feijão. Acho até meio indigesto se comer sempre. Gosto de um feijão fresquinho, mas vivo bem sem. Agora arroz, feijão e macarrão é sacanagem.


Os brasileiros gostam de contato físico. Muito. A toda a hora.
Nossa, essa foi difícil acostumar. Aqui, é bem comum as pessoas se cumprimentarem com um beijo (ou dois, depende da região) e um abraço. Mesmo se estiver vendo a pessoa pela primeira vez. Era estranho para mim ter um contato físico tão forte com pessoas de quem não sou próxima ou até que não conheço. Seria legal se houvesse um código de como cumprimentar os outros, porque até hoje não sei quando é socialmente aceito cumprimentar com um abraço, um beijo, um aperto de mão ou só um aceno tímido.


As pessoas geralmente não são pontuais. E parece que realmente ninguém se importa.
Quando se marca um compromisso, parece que todos já sabem que tudo só vai começar bem depois. Porque não é um atraso de 15 minutos, não. É, no mínimo, uma hora. 


O papel higiênico sujo é jogado na lixeirinha.
O sistema de encanamento de esgoto aqui não é lá essas coisas, então é necessário que o papel higiênico sujo seja jogado na lixeirinha. Isso é bizarro e não combina com a higiene expressa pelos dois banhos diários. Tem vezes que eu jogo no vaso mesmo e já era. Mas já me arrependi de o fazer, acreditem.


Tudo aqui é comprado parcelado.
Na primeira vez que fui no shopping, vi na vitrine um tênis que dizia: 10x de R$ 56. Não entendi o que aquilo era, e me explicaram que aqui, por conta do preço alto das coisas, as pessoas compram as coisas parceladas. Na minha família nunca tivemos cartão de crédito, então, quando queríamos comprar algo, juntávamos dinheiro. Quando fiz as contas e converti o preço para Euros, vi o absurdo do preço e entendi o porquê do parcelamento. 

Aqui há letreiros avisando coisas óbvias.
Como este:


O baguio é lei, véi!

No Brasil, se o produto custa R$ 0,99 e você dá R$ 1,00, você não recebe o centavo do troco. E ninguém reclama.
Se o produto custa R$ 3,98 e você dá R$ 4, também não recebe troco. Essa foi uma batalha perdida, gente. Fui vencida pelo sistema. Nem existe moedas de R$ 0,01 em circulação.


Se você está no ônibus em pé e está com sacolas, a pessoa que está sentada amavelmente pergunta se você quer que ela segure.
Da primeira vez que isso aconteceu, eu devo ter feito uma cara do tipo "Você quer roubar a minha sacola?" e disse "não, obrigada". Hoje, acho isso legal, demonstra simpatia.


Aqui as pessoas são muito próximas umas das outras. É um clima de grude união.
Falam com pai e mãe todos os dias, adoram juntar a galera sem nenhum motivo em especial e a maioria das pessoas não vê problema algum em chegar na casa de algum amigo ou parente sem avisar e ficar lá por horas e horas, com o pé em cima do sofá e abrindo a geladeira. Em Portugal somos um pouco mais fechados em relação a isso, a maioria prefere que avisem quando vão receber visita. 


Tudo é questão de cultura, né? Mas às vezes eu só queria o meu centavo de volta.

Depressão é coisa séria!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

É incrível como em pleno 2015 ainda tem gente que acha depressão frescura, desculpa de gente chata ou, pior ainda, falta de fé em Deus.
A depressão está por toda a parte, inclusive dentro da igreja (e em várias situações na Bíblia). E está na hora de sabermos lidar com a depressão pelo que ela efetivamente é: uma doença como qualquer outra e, por isso, deve ser tratada com profissionais.
A depressão é fruto da correria da vida moderna e do excesso de expectativas que colocamos nos outros e em nós mesmos. As próprias pessoas com depressão demoram a perceber que aquela tristeza é de fato algo mais sério.
Admitir a depressão é o primeiro passo para a pessoa doente. Mas e como devem agir quem está à sua volta?
Primeiro, não falem "Isso é falta de Deus. Vai procurar uma igreja"
Pessoinhas de Jesus, parem de falar isso. Crente deprimido tem Deus, sim. Ele ora também. E ele também tem comunhão com Deus. Mas ele está doente. Pelas mais variadas razões: traumas, abandono, abusos... E sabem que mais? Deus sabe de tudo isso! Ele quer ajudar os seus filhos deprimidos. Por isso Ele, além de enviar o Espírito Consolador, capacita profissionais a cuidar desse tipo de casos. Afinal, quando uma pessoa tem um problema renal, a gente fala para ele ir no médico, não é? Por que agir diferente com o deprimido?
Não fale "Você precisa ser forte"
A pessoa sabe que precisa ser forte. Ela não precisa de mais um dedo apontado para ela a lembrando de como ela é incapaz. Ao invés disso, pergunte como você pode ajudar.
Trate a depressão como uma doença
Depressão é coisa séria e pode levar à morte. Não é frescura de "gente fraca de cabeça" ou "pobre de espírito". É uma doença e que deve ser tratada como tal. Só que a sociedade não está preparada para admitir que nós precisamos de cuidar da nossa mente. Deprimido é fraco aos olhos da maioria. E num mundo em que o mais forte é que sobrevive, demonstrar sinais de fraqueza é inconcebível para muitos.
Eu até defendo que todo mundo deveria fazer psicoterapia. O autoconhecimento pode ser libertador e melhorar as relações sociais.
É triste ver esposas, mães, mulheres de Deus morrendo por dentro com medo de serem julgadas por ter depressão. "Nooossa, como assim está deprimida? Tem tudo! Tanta gente doente de verdade e ela reclamando de depressão". Gente, sério, em nome de Cristo, parem.
Se você tem alguém com depressão na família, deixe o julgamento de lado e tente ajudar essa pessoa. Orem a Deus por ela, falem de Deus para ela, mas também a ajudem a encontrar ajuda profissional. O bem-estar da família agradece esse cuidado.
Vamos julgar menos e ajudar mais?

Sobre sacrifícios

Chega um momento na nossa vida que é necessário sacrificar alguma coisa para o bem de outra pessoa. Na maior parte do tempo temos tendência a sermos um pouco egoístas, colocar a nossa vontade acima de qualquer outra coisa.
Isso está errado?
Não necessariamente. Mas acontece que ao mesmo tempo em que crescemos e nos consolidamos nesse estranho mundo dos adultos, precisamos ceder  algum ponto para garantir o bem-estar de outra pessoa. 

Fazer isso pode parecer até simples quando o fazemos por alguém conhecido, um parente, um amigo ou pela nossa família. Deixar de ir na academia para ficar mais com o filho. Abrir mão daquela promoção em prol de mais tempo em família. Parecem coisas normais.
Mas e quando o sacrifício envolve alguém que você não gosta ou sequer conhece? Muitas vezes nos deparamos com situações em que precisamos ceder ou sacrificar algo para que outra pessoa fique melhor. Isso acontece - ou decorria acontecer - na vida em sociedade.
Tal como é difícil abdicar de alguma coisa nossa para satisfazer outra pessoa, fazê-lo para o bem coletivo pode ser igualmente complicado.
Todos nós abdicamos de algo todos os dias. É normal. Não é fácil, mas faz parte do crescimento pessoal do ser humano. Ao nos sacrificarmos uns pelos outros, praticamos aquilo que é o mais importante: o amor ao próximo. Ah, e como o mundo seria bem melhor se todos praticássemos isso.

O melhor amor do mundo

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

À medida em que começamos a nos familiarizar com este mundão de Deus, acabamos por perceber o que realmente importa nesta vida. Claro que é confortável ter dinheiro, não precisar ficar fazendo conta para o salário dar até o fim do mês, viajar e ter o carro do ano. É legal também ter um corpo em forma, saúde para dar e vender, uma beleza que chama a atenção, um guarda-roupa recheado e vários amigos. É gostoso ter um emprego, uma carreira, ter sucesso profissional. É impressionantemente bom ter filhos, ter uma família, ter um lugar para voltar no fim do dia e chamar de "lar".
Mas a verdade é que se juntar tudo isso, não dá metade daquilo que eu considero o melhor amor do mundo: o amor de Deus.

Carta para o meu filho no seu aniversário

sábado, 8 de agosto de 2015

No dia em que te trouxe do hospital, senti medo."Meu, esses médicos loucos me deixaram sair sozinha com um bebê!" era o que passava na minha mente. Você era tão bonzinho que nem cólicas tinha, nem chorava. Ah, como te amei desde o primeiro momento.
Mas algo no meu coração me dizia, "Prepara-te, vais precisar ser muito forte". Eu sabia que era Deus falando comigo. Mas não entendia onde Ele queria chegar:será que ias ter ter alguma doença?
Comecei a pirar, a surtar, ficava horas pesquisando na Internet sobre doenças ligadas à neurofibromatose. Enquanto isso, meu amado filho, você dormia como um anjo,e eu sofria sozinha.
Até que um dia, percebi o que Deus queria dizer. Ele quis me preparar para o que eu ia viver. Para eu arregaçar as mangas e ser pai e mãe na maior parte do tempo, ser responsável por tudo o que dizia respeito a ti. E de repente, éramos só nós.
A nossa família se tornou eu e você, meu filho. Casa nova, carro novo, vida nova. Tudo novo para nós. Era assim que eu queria? Não. É isso que Deus tem para mim? Jamais. Mas é o meu deserto, filho, onde infelizmente te carrego, mas onde Deus nos dá a mão e onde Ele não permite que você sinta nada destas confusões de adultos.





Me perdoa todas as lágrimas. Me perdoa todos os meus erros. Me perdoa das vezes que me distraí e você caiu da cama. Me perdoa por nem sempre chegar a tempo de te colocar para dormir. Me perdoa quando no início não sabia fazer papinha gostosa.
Mas nunca te abandonarei. Deus me deu a missão de ser sua mãe, de cuidar de você, de te levar para a igreja, de colocar o joelho no meu chão e clamar a Deus pela sua felicidade e bem-estar.
No dia do teu aniversário, eu estou de parabéns também. Porque aniversário de filho é também aniversário de mãe. Tenho orgulho de ser sua mãe e espero que um dia você tenha orgulho de ser meu filho. Porque você nasceu de mim, mas foi você, meu querido bebê, que me deu a vida, por você resisti e com você descobri o verdadeiro sentido do amor incondicional. Enquanto tudo lá fora desmoronava, Deus estava conosco aqui no nosso lar para nos proteger.
Eu te prometo mover o mundo para te ver bem. E estou disposta a abdicar do que eu quero se isso não for bom para ti, meu menino.

Minha relação com o meu cabelo

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Eu, como qualquer mulher que se preze, tenho uma relação extremamente peculiar com o meu cabelo. Nunca está suficientemente bom, sempre quero mudar e quando mudo, sempre - sempre! - me arrependo.
Eu sou daquelas que quando o cabelo está comprido quer cortar e que quando está curto quero que ele cresça. A cor então é um desafio. Eu sou loira de nascença, de corpo e alma. Mas, nos últimos anos, tenho achado meu loiro muito deslavado. Fiz luzes algumas vezes e sempre me arrependi, porque resseca demais. E quando ele está na cor natural, eu quero pintar de novo.
Mas ser loura falsa não é fácil. Porque você mira na Giselle Bundchen e acerta na louca do cabelo amarelo palha.




Meu sonho de consumo hoje em dia é esse louro da esquerda. Louro riqueza, sabe? De mulher que bebe chá gelado no Starbucks e tira foto de look do dia. Mas com a sorte que eu tenho eu ganho o da direita, um amarelo zuado clamando por creme Seda - sim, porque louro riqueza é cuidado no Spa Dios.
Louro riqueza expira charme, simpatia e empoderamento feminino. Mulher com louro riqueza come comida japonesa com pauzinhos, vai no Chalézinho comer fondue e tira selfie com o bofe segurando taça de espumante francês.
O louro da direita, que eu carinhosamente chamo de louro periferia e onde me incluo, é, infelizmente, o mais fácil de se conseguir. Aí com medo de isso dar errado, decidi que ia ser ruiva, um desejo que tenho desde antes de pensar em engravidar.



Meu, como é difícil ser ruiva. Eu diria que é impossível. Desbota em uma semana para o louro e é caro de manter, já que tem de tonalizar, no mínimo, duas vezes por semana, fora o retoque da raiz. Ou seja, já me arrependi e desisti dessa saga. Em breve, vou voltar à saga amarelinha. Não adianta, minha alma é loura.

Pé pós maternidade

sábado, 1 de agosto de 2015

Tem várias coisas que acontecem na maternidade que as pessoas não contam. Parece que vivemos em um clube  secreto de mães que por alguma razão escondem importantes aspectos de ter um filho.
Um deles é sobre pés.
Não, não estou me referindo ao inchaço. Estou falando de algo quase sobrenatural: os pés crescem na gravidez. E muitas vezes não voltam ao normal depois do parto.
Sabem o que isso significa? Vários sapatos se tornam inutilizáveis. Ficam apertados. Machucam o dedão. E o que fazer com a coleção de sapatos conquistada durante anos, que agora não servem mais na 'pata'? Sim, tem de doá-los todos.
Eu acho que isso deveria ser muito bem esclarecido às gestantes. Eu descobri no último trimestre da gravidez, quando os meus pés pareciam um pão de leite de tão inchados e li que os pés poderiam nunca  mais voltar a ser os mesmos.
Poxa, podia ter tirado o joanete também né?

35 coisas que eu quero que você aprenda, meu amado filho

terça-feira, 21 de julho de 2015

Agora você tem quase um ano, meu filho. Então, nada mais justo do que eu pensar cada vez mais em como posso te ensinar a ser uma criança feliz e, no futuro, um homem melhor. Você está preparado?

1. Não se deixe levar pelas novas tecnologias. O melhor tempo das nossas vidas é quando podemos brincar na rua.
2. Sempre diga por favor e obrigada às pessoas. E sempre cumprimente, qualquer pessoa.
3. Sorria sempre. Isso desarma qualquer um.
4. Nunca deixe de abraçar e dar um beijo aos seus pais.
5. Aproveite os seus avós o máximo que você puder.
6. Não diga palavrões.
7. Seja firme nas suas convicções, mas nunca, NUNCA se ache no direito de julgar alguém por qualquer que seja a sua escolha.
8. Não tenha medo de ajudar quem mais precisa, seja um cão abandonado ou um morador de rua, até o passarinho que está com a asa quebrada.
9. Pense sempre o melhor dos outros, nunca o pior.
10. Ore com os seus pais antes de dormir todas as noites.
11. Agradeça a Deus pela sua vida todas as manhãs.
12. Não tenha vergonha da sua fé, tenha orgulho.
13. Mostre sua fé pelo exemplo.
14. Nunca minta, mesmo que isso acarrete consequências.
15. Trate a sua namorada e futura esposa como você gostaria que a sua mãe fosse tratada.

A era do descartável

domingo, 19 de julho de 2015

Vivemos numa época em que as coisas são perecíveis. 30 anos atrás, tudo durava mais, desde a geladeira até aquele par de sapatos, passando por, claro, relacionamentos.
Hoje, ninguém quer geladeira velha. Sapatos do inverno passado vão para doação. E relacionamentos nunca parecem ser satisfatórios o suficiente. "Ah, mas as geladeiras hoje são baratas,  não vale a  pena mandar consertar a geladeira velha". " Mas este sapato é tendência, o outro está fora de moda". "Não sou mais feliz neste relacionamento/A pessoa não me completa mais/Quero encontrar alguém que me valorize".
O resultado disso é catastrófico: mais ninguém se esforça para que as coisas funcionem. Tudo é perecível, tudo tem prazo de validade, tudo é descartável. O problema é que às vezes o problema não está na geladeira velha, no sapato fora de moda ou no relacionamento que não dá mais certo. O problema está principalmente na forma como nos posicionamos em relação ao conserto delas. Hoje mais ninguém quer consertar nada, não tenta de tudo, não chama o técnico pra ver o problema da geladeira. Tem até quem vá ao técnico, mas sem a geladeira. Como o cara vai consertar o aparelho se o dono não o leva até ele?
Se o problema é na geladeira, apenas conserte a geladeira. Não adianta comprar um fogão para a substituir. Logo mais, você vai entender que não é a mesma coisa.

Preparar-se para ser mãe

domingo, 12 de julho de 2015

Quando decidi engravidar, pensei realmente que estava preparada. Casamento estava bem, tinha casa própria, bom emprego. "Por que não?", pensava. Procurei um médico, fiz exames e estava tudo ok para engravidar. Em menos de três meses veio o positivo. Eu me sentia tão feliz, não tinha nem um pouco de medo de ser mãe, e achava que ia ser fácil, que os dois íamos cuidar, que logo ia voltar para a academia, que íamos viajar juntos...
Só que não.
Quando o Antonio nasceu, eu fiquei apavorada. Tentava não transparecer, mas fui invadida por um medo terrível de ficar sozinha e falhar como mãe.
Claro que o plano perfeito que tinha desenhado na minha cabeça foi por água abaixo. Veio uma onda e derrubou tudo aquilo que eu acreditava e mesmo assim eu precisei me erguer porque tinha um ser ali que dependia totalmente de mim.
Hoje, 11 meses se passaram e vejo as coisas com mais clareza. E finalmente posso falar: você nunca vai estar totalmente preparada para ser mãe. Por mais que você planeje, tudo pode dar errado. Durante muitos meses me vitimizei, de ver minha família dilacerada, de cuidar do meu filho praticamente sozinha (nunca é a mesma coisa que seria com os pais juntos), de não ter mais tempo de cuidar de mim. Tem dias que o desespero bate mesmo.
Mas com a graça do bom Jesus (único merecedor de todo nosso amor), as coisas acabam por se ajeitar. Sei que é Ele que me fortalece e que me rodeia de verdadeiros anjos. E logo as coisas vão ficando melhores, você consegue aquela hora por dia para malhar, faz as unhas depois que o bebê dorme e passa um reboco na cara para esconder as olheiras.
Tenho a sorte de ter um filho lindo, saudável, esperto e muito amado por mim, pelo pai dele, pelos avós e tios. Mas se eu voltasse lá atrás, naquele outubro de 2013, e me falassem que ia acontecer tudo isto, provavelmente eu diria: "Ah, você tá de brincation".
Tem vezes neste mundão de Deus que o Pai permite que você quebre a cara porque Ele vai te reerguer mais forte do que nunca.
E a minha hora está chegando.

O dia em que o meu filho começou a crescer

domingo, 28 de junho de 2015

Nunca tive problemas na amamentação. Antonio pegou bem no bico desde que nasceu e eu nunca senti dor, nem tive aqueles problemas terríveis de peito rachado.
Durante quase quatro meses, ele se alimentou exclusivamente de mim, do leite que o meu corpo produzia. 
Por amamentá-lo em livre demanda, quando voltei a trabalhar foi uma tormenta, porque o meu peito enchia muito e eu precisava ir ao banheiro fazer a "ordenha". Mas nem sempre aliviava, continuava cheio, doía imenso e um dia até desmaiei de dor.
Aos poucos o corpo foi se acostumando a essa rotina. Mas uma coisa era certa: assim que eu chegava do trabalho, precisava amamentá-lo imediatamente. Ele pedia. E eu amava isso. Era o nosso momento. 


Desabafos de uma mãe frustrada

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Da série "sinto-me uma péssima mãe".
Agora que o Antonio tem quase um ano, finalmente decidi que é hora dele começar a dormir sozinho no berço dele.
Meu Deus, como é difícil. Exige muita paciência e persistência. Porque acreditem, um bebê, quando quer e quando está perante uma mãe cansada e com fome, consegue tudo.
O Antonio é bem agarrado a mim. E desde que mudamos, ele só adormece no meu colo e dorme na minha cama. Eu confesso que adoro dormir de mão dada com ele, mas entendo que meu papel como mãe é ajudá-lo a se desprender e a ser mais independente.
Ontem foi o primeiro dia de tentativa. Ele capotava nos meus braços, mas era só colocá-lo no berço que despertava. E começava tudo de novo: volta para o colo até dormir e berço. Acordava. Colo e berço. Acordava. Devo ter feito isso umas 10 vezes. Já era meia-noite e eu nem tinha comido ou tomado banho. Entrei em desespero. "Meu filho consegue tudo o que quer, não tenho forças para isto". O rímel escorria pelo rosto à medida que eu me desesperava. Ele me via chorar e chorava mais ainda. " Ah, meu Deus, me ajuda".
Aí lembrei das vezes que a minha irmã me xingava porque eu dizia que ele só dormia no colo. "Vais-te arrepender". Ah, como ela estava certa. Como eu queria voltar lá atrás, quando ele tinha poucos meses.
Nos livros de maternidade, ninguém fala como a falta de sono e de descanso pode te levar à loucura. Temo que haveria até uma diminuição drástica das taxas de natalidade se alguém tivesse a audácia de contar que às vezes você, mãe, vai dormir vencida pelo seu filho, sem comer, sem tomar banho e sem escovar os dentes. E que você vai dormir chorando de culpa achando que está falhando no seu papel como educadora.
Saga para ensinar Antonio a dormir sozinho: 1-0 para ele.

Porque eu acho que mãe tem de trabalhar fora

quinta-feira, 11 de junho de 2015

Quando o Antonio nasceu, nunca me passou pela cabeça parar de trabalhar fora. Primeiro porque a situação financeira não me permite, segundo porque não me vejo sendo apenas mãe e dona de casa. Sinceramente não é para mim
Os quatro meses da licença-maternidade foram os mais longos da minha vida. Sério, eu achei que ia pirar - e pirei um pouco. Porque eu ficava o dia inteiro sozinha com o bebê. E não, não era moleza. Ele acordava muito de noite e de dia, quando ele dormia, eu ia fazer as coisas da casa. Nesses quatro meses,o momento alto do meu dia era ir ao supermercado e falar com pessoas adultas.
E isso era demasiado deprimente para mim. Então eu não via a hora de voltar a trabalhar. E hoje eu estou bem assim. Claro que estou sempre cansada, afinal, "trabalho" em três turnos. Mas isso me faz um bem que vocês não imaginam. Eu preciso me sentir útil.
Tenho também a sorte de ter uma sogra maravilhosa que cuida do meu filho com muito amor. E correndo o risco de ser clichê, mãe feliz igual a filho feliz. O Toni está crescendo muito bem e não creio que ele cresceria melhor se eu estivesse cuidando dele 24h por dia. Claro que rola o sentimento de culpa (mães, quem nunca?) todas as manhãs ao sair de casa, mas a recompensa vem horas depois, quando volto e ele me recebe sorrindo.
Tem mãe que gosta e quer parar de trabalhar para cuidar dos filhos. Ok! Tem também muitas que não têm escolha, porque não têm com quem deixar o bebê. Mas creio que há muitas como eu, que veem na maternidade um complemento da sua existência como mulher e sobretudo profissional. Porque afinal, os filhos eventualmente crescem. E eu não sei vocês, mas eu não quero ver meu filho indo para a escola e eu descobrir que não sei mais viver entre adultos porque lá atrás decidi abdicar de tudo pelo meu filho.

A comida depois da maternidade

sexta-feira, 5 de junho de 2015

Antes de engravidar, a minha alimentação era bem saudável: era vegetariana e, como ia muito na academia, tinha aquelas ' neuras' de comer bem para não engordar, ganhar músculo, ter energia para correr e tudo o mais.
Quando engravidei, decidi que queria ser uma mamãe fitness, engordar pouco, seguir vegetariana e permanecer saudável. Segui assim até ao início do sétimo mês, quando parei de treinar. E como já estava bem barriguda, meio que me desliguei das neuras e decidi comer o que tinha vontade - o que incluiu refrigerante, que não bebia há mais de um ano.
Quando o Antonio nasceu, voltou a neura de me alimentar bem, já que amamentava e queria que o meu leite fosse o melhor possível. Então não comia nada de besteira.
Foi quando o Antonio começou a comer que as coisas desandaram. Sempre fiz questão de fazer a comida dele - e aqui entre nós, não gosto muito quando ele come coisas que não fui eu que fiz -, e sempre quis que fosse o mais saudável possível: pesquisei várias receitas e combinações para que a relação do meu filho com a comida começasse da melhor forma. Não tenho neuras, ele come Mucilon de vez em quando, mas fora isso não come industrializados.
Mas enquanto ele come do bom e do melhor, eu só comia o que dava e quando dava. Tinha semanas em que no cardápio só entrava macarrão e ovo, que era o mais rápido de fazer quando já eram 23h e o bebê tinha finalmente adormecido. Voltei a comer carne porque não estava mais conseguindo arrumar tempo e cabeça para me alimentar direito.
Hoje as coisas estão melhores. O sono dele está mais regular, então tenho mais tempo para fazer um prato decente. Claro que sucumbo muitas vezes ao miojo, mas com o tempo chego lá. Porque logo logo o Antonio começa a comer a comida da casa e eu definitivamente preciso aprender a mexer na panela de pressão pra cozinhar feijão.

50 coisas que (acho que) vocês não sabem sobre mim

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Tenho visto vários posts assim e acho bem legal, porque acabamos descobrindo várias curiosidades sobre a pessoa, não é? Então vamos lá!

1. Sou portuguesa e moro no Brasil há sete anos.

2. Em pequena, fui diagnosticada com uma desordem genética chamada neurofibromatose. Ela não tem cura e é causada por mutações nos cromossomas. Em mim, a "doença" é leve e só causa várias manchinhas café com leite e neurofibromas (devido ao aumento de hormônios na gravidez apareceram muitas, mas várias já sumiram).

3. Aos seis meses, tive hidrocelafia (acúmulo de água no cérebro). Na maior parte dos casos, é necessário cirurgia para colocação de válvula e deixa sequelas mentais e de aprendizagem. Eu, com a graça do Senhor, nunca precisei de válvula. A doença estagnou e a única sequela que ficou foi a cabeçorra haaha

4. Até mais ou menos os meus 11 anos eu torcia para o Benfica. Mas eu era muito fã de um jogador magya, o Hugo Leal. Rolou uma treta e ele saiu do time brigado, eu fiquei tão chateada que comecei a torcer para o arquirrival Sporting.

5. Em criança participei de dois programas de talentos, um de playback e outro de cantar mesmo. Não ganhei nenhum haahaha


6. Aos 12 anos, participei de um concurso numa revista, em que tinha de escrever uma poesia para o nosso BSB favorito (I will always love you, Brian). Eu ganhei e além dos ingressos para o show deles em Lisboa, pude conhecê-los. Mas a monga aqui não levou câmera então não tenho provas haahaha.

7. Decidi ser jornalista porque queria viver da escrita e ser a Carrie Bradshaw.

8. Em criança sofri muito bullying. Uma mina na escola me obrigava a pedir dinheiro para comprar misto quente para ela haahaha. Sobrevivi.

9. Quando estava me preparando para a primeira comunhão, a catequista uma vez na missa mandou ir me confessar. Entrei num confessionário vazio e falei para o nada. Achava estranho o padre não responder, mas deixei quieto. Foi o maior mico da minha vida.

10. Tenho joanete no pé direito.

11. O único homem que apresentei aos meus pais foi o pai do meu filho. Mas sempre tive os meus namoricos.

12. Eu sabia que estava grávida antes da menstruação atrasar.

13. Meu maior medo hoje é morrer e não ver o meu filho crescer.

14. Fumei durante cinco anos.

15. Uma vez levei uma surra de umas mina doida por algo que eu não tinha feito.

16. Na escola, eu era apaixonadinha por um cara que nem lembro mais o nome (Paulo? Rafael?). Pichei o banheiro com declarações para ele, fui pega e obrigada a limpar tudo na hora do intervalo.

17. Depois de ser vegetariana por seis anos, voltei a comer carne porque não estava conseguindo me alimentar direito após o Antonio nascer.

18. Quando eu estava no primeiro ano, a professora queria que eu avançasse uma série porque eu era linda e já sabia ler muito bem. Mas decidiram não o fazer porque acharam que eu não teria maturidade para estudar com crianças mais velhas.

19. Já trabalhei em telemarketing, loja de meias, tabacaria, papelaria e tipo lotérica, de jogos, sabe?

20. Aos 16 anos, comecei a namorar um carinha por quem era apaixonada. A mãe dele nos levou numa joalheria e comprou aliança de compromisso. Uma semana depois ele terminou comigo. #sóderrota

21. Aos cinco anos, acho, caí na escola e quebrei os dentes da frente. Fiquei banguela durante vários meses.

22. Quem me ensinou a ler foi a minha irmã, que é oito anos mais velha.

23. O meu petisco favorito é caracóis. Isso mesmo, caracóis.

24. A minha música favorita é More than Words, do Extreme.

25. Não tenho talento nenhum com artes, música ou trabalhos manuais.

26. Meu projeto de vida é ter um negócio meu, fora da área da Comunicação.

27. Cheddar é o meu queijo favorito.

28, Na faculdade, a aula que mais gostava era de Jornalismo Radiofônico.

29. Tive aulas de alemão por três anos, terminei com média 17 (equivale a 8,5 aqui no Brasil) e hoje não lembro de nada.

30. No 7º ano, tinha de escolher entre aula de Francês ou Educação Tecnológica (tipo Eletricidade). Em um ato de rebeldia, escolhi Tecnológica e tive aula disso durante três anos. Não sei trocar uma lâmpada.

31. Considero que sou uma pessoa tímida.

32. Até pouco tempo antes de engravidar, era fissurada em academia e fazia musculação seis vezes por semana.

33. Já participei de várias corridas de rua. Mas a primeira vez que corri 10 km foi por acaso: perdi a saída dos 5 km e ou desistia ou seguia em frente. Terminei, mas como estava inscrita nos 5 km, e fiz os 10 em 1h05, fiquei entre os últimos classificados.

34. Sou canhota.

35. Eu dirijo bem, mas não sei fazer baliza.

36. Em 2013 fiz um curso de Jornalismo Esportivo.

37. Uso óculos desde os seis anos. E aderir às lentes de contato foi uma libertação para mim.

38. Falo muito palavrão e acho horrível.

39. Não gosto da minha voz.

40. Acho que sou demasiado pobre para o meu bom gosto.

41. Eu não sei dançar e tenho o gingado de um pau de vassoura.

42. Gostaria muito de saber dançar.

43. Apesar de não saber dançar, na escola fiz uma apresentação de aeróbica e ganhei uma medalha.

44. Não sei nadar.

45. Não sei andar de bicicleta.

46. Já assisti A Pequena Sereia umas 70 vezes e fiquei #chatiada quando mudaram a versão de algumas músicas. Só eu que reparei?

47. Quando eu era criança, esperava todo mundo ir dormir para assistir Pesadelo em Elm Street sozinha na sala.

48. Sou impaciente.

49. Gosto de ter a casa arrumada, mas sou bagunceira.

50. Ai, gente, não lembro mais. 'Tá bom, né?

Acorda Cinderela, vais perder o ônibus

domingo, 24 de maio de 2015

Amigos e amigas, a verdade é que contos de fada não existem.
As historinhas que tanto me divertiam e faziam sonhar quando criança não eram mais do que puras enganações. Ou vocês acham que é perfeitamente normal dormir durante 100 anos, viver com sete anões (quão difícil deve ser encontrar sete anões ao mesmo tempo), andar dentro de uma carruagem? Balelas, minha gente, tudo balelas.
A verdade é que a vida real nem sempre é fácil. Na maior parte das vezes não o é. Ainda mais quando você entra na brincadeira de ser adulta.
Tens o teu emprego, os clientes que atendes, as compras no supermercado (caramba, estou sem açúcar!), as contas para pagar, a casa para limpar, a loiça para lavar e ainda tens de arranjar tempo para ir à academia, pintar as unhas e parecer o mais decente possível. Ufa, que canseira.
Ser adulto não tem nada de conto de fadas, pelo contrário. E mais, se você ousa em acreditar que a sua vida pode ter um pouco de conto de fadas, vais cair de cabeça, perder o chão e provavelmente o teu coração vai ser completamente esmigalhado. Welcome to the real life, babe.
Na verdade na verdade vos digo, esqueçam a Cinderela, a Bela Adormecida ou a Branca de Neve. Esqueçam até a graciosa Pequena Sereia, afinal, ela é metade peixe, metade humano, e todos nós sabemos que isso não existe. Esqueça que alguém pode aparecer num cavalo branco. E, já agora, acorde, já são 7 horas da manhã e estás atrasada para o trabalho.
* escrito em 2011 em outro blog meu *

Coisas que eu aprendi

sexta-feira, 22 de maio de 2015

A vida é um aprendizado diário. Comecei a repensar muitas coisas depois que fiz 30 anos. Não apenas porque fiz 30 anos, mas porque tem acontecido tanta coisa na minha vida que me levou a aproximar de Deus e a repensar minhas atitudes perante a vida.

1. Uma delas é, sem dúvida, aprender a ficar calada. Quem me conhece sabe o quanto isso é difícil para mim e só eu sei o quanto me policio e peço a Deus sabedoria para alcançar esse feito. Antigamente eu era fã do "Não levo desaforo para casa" e achava isso o máximo, afinal, sempre prezei pela sinceridade. Mas a verdade é que nem sempre precisamos falar aquilo que pensamos. Palavras, mesmo que sinceras, podem magoar, ser mal interpretadas e deitar por terra qualquer interesse em fazer as coisas darem certo. Além disso, quem é desbocado acaba virando o chato da turma, que reclama de tudo e todos. Não pode, gente.

Meu primeiro Dia das Mães

domingo, 10 de maio de 2015

Enquanto neste momento você brinca no tapete, eu te olho e penso que realmente não te mereço. Não mereço um filho tão lindo, que contagia a todos com a sua felicidade. Ah, meu filho, como você é amado.
Minha missão de vida, desde que descobri que estava grávida, em dezembro de 2013, é ser a melhor mãe para ti. Não, não estou falando de te comprar os melhores brinquedos, te dar um carro aos 18 ou pagar uma viagem pela Europa quando você se formar. É poder te ensinar que não há nada melhor do que seguir a Deus, te ensinar a ser um homem íntegro e honesto, que faça o bem aos outros sem questionar para onde irá aquele dinheiro ou esperando que alguém te dê em dobro.
Meu amado filho, você é um presente de Deus na minha vida, um anjo que o Papai do Céu me emprestou para que eu te possa criar para você fazer a diferença.
Não importam as dores nas costas, a louça por lavar na pia, a roupa no tanque neste momento. Hoje sou eu e você, meu bem. E que seja sempre assim até que a morte nos separe.

Amo você mais do que eu.


As privações da maternidade

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Não me levem a mal, amo ser mãe, amo meu filho, faria tudo novamente, teria mais uma menina e já não me vejo sem meu filho acordando sorrindo todas as manhãs - mesmo que na noite anterior ele tenha demorado duas horas para dormir agarrado ao meu peitchu.
Mas a verdade é que depois que me tornei mãe, acabei por ter de abdicar um pouco do meu individualismo e deixar algumas coisas de lado. Nada importante, nada relevante, quase tudo fútil. Mas são algumas coisas que às vezes, nem que seja por breves segundos, me fazem sentir saudade de quem eu era antes de ser "a mãe do Antonio'.

Ir à academia. 

"Mas, Ana, você pode ir à academia". Sim, posso. Mas antes eu ia seis vezes por semana, treinava pesado, tomava suplemento, conversava sobre musculação. Hoje, a ideia de ir para a academia me dá um sono danado e prefiro ir para casa dormir. Fora que depois que virei mãe passei a me sentir culpada sempre que demoro para chegar em casa, já que já fico fora quase o dia inteiro para trabalhar. Mas pretendo voltar semana que vem, quero fazer aulas de Zumba - com o meu gingado de pau de vassoura, vai ser uma imagem bonita - e voltar a correr. Sim, porque esta pochete pós-gravidez não me pertence.

Como ser mãe me ensinou sobre cocô

terça-feira, 5 de maio de 2015

Se você não é pai ou mãe e tem nojinho de cocô, pare agora de ler este post.
Sim, eu vou falar sobre cocô.
Quando viramos mães, nos tornamos especialistas quando o assunto é o cocô do nosso filho. Sim, ser mãe, além de padecer no paraíso, é saber exatamente o que cada cocô significa, pela cor, consistência e odor.
Por essa razão, não se espante quando vir duas mães à conversa comparando as fezes das suas crias como se estivessem falando do último episódio de Grey's Anatomy (RIP, McDreamy). Isso realmente acontece e, sério, é totalmente normal. Eu, particularmente, já falei sobre o cocô do Antonio com várias amigas que são mães. E às vezes isso significa olhares estranhos das pessoas que é estão à nossa volta e, obviamente, não têm filhos.

As pessoas têm medo de bebês

sexta-feira, 24 de abril de 2015

A verdade é que as pessoas têm medo de bebês e crianças. Especialmente em locais como restaurantes, shoppings e transportes.
Em aviões, a visão de uma criança é sinônimo de pavor para muitos passageiros. Temem por um moleque gritando durante horas. Temem por cheiros fortes. Apenas temem.
Quem não tem filhos julga sempre o filho dos outros. "Ai se fosse meu filho...". Amigos, sinto-lhes dizer: você terá pouca ação para as birras do seu filho. E sim, você vai pagar pelas coisas que você fala dos filhos dos outros.
Quando o Antonio começou a dar um escândalo na sala de embarque, pude perceber um grupo de pessoas se entreolhando como se dissessem: " Espero que eles não vão no nosso vôo ". As pessoas têm pânico de criança chorando, dá aflição né?
Pois a maternagem me ensinou a ter calma quando meu filho chora. Raramente acontece dele dar escândalo, mas qd acontece, só me resta ficar calma e tentar tranquilizá-lo.
Claro que me incomoda ver que meu filho está incomodando outros. Mas o que posso fazer? Só posso fazer cara de alface e pedir desculpa caso seja necessário.
A verdade é que nunca mais julguei uma mãe cujo filho estar fazendo uma cena. E por favor, não me julguem se o Toni fizer também, tá?

Das tribulações

sábado, 18 de abril de 2015

"E, de repente, você não tem mais nenhum controle na sua vida. Nada do que era, é, e você não sabe como vai ser amanhã, depois, daqui a um mês, a um ano.
Dá vontade de trocar de vida, mudar para Nova York, começar a trabalhar em outra coisa qualquer, como, sei lá, dog walker, trocar a cor de cabelo, mudar de estilo e apagar tudo o que ficou para trás.
Mas não é assim tão simples. A vida não é assim tão simples. E aí você está ali, apático e sem nenhum controle da sua vida.
E isso dá medo. Ah, se dá".
Escrevi este texto em novembro de 2011, em um outro blog que mantive durante alguns anos. Sempre gostei de escrever como forma de terapia, mas a vida adulta meio que me estupidificou e acabei por deixar isso um pouco de lado. Afinal, minha profissão já era escrever e fui dando prioridade a outras coisas.

Como se preparar para sair de casa com o bebê

segunda-feira, 13 de abril de 2015

Sair de casa com um bebê pode ser uma verdadeira aventura, seja para passear seja para ir ao pediatra. E se achavam que era difícil esperar por uma mulher se arrumar, espere até ela ter um bebê.
Comigo a saga começa pelo menos 2 horas antes. Eu tento sempre acordar antes do Antonio para conseguir tomar banho. Claro que nem sempre (ou quase nunca) dá certo, então preciso recorrer ao Discovery Kids para distrai-lo.
- e se você que ainda não teve bebê diz que não vai deixar seu bebê na frente da TV, desengane-se. Você vai deixar sim. A menos que tenha babá, você vai precisar deixá-lo assistindo Luna, Backyardigans ou a porca malcriada para conseguir fazer as suas coisas.
Arrumar a bolsa do bebê também é uma aventura. Tem de ir fazendo o checklist: mamadeira √ leite √ água √ brinquedo √ chupeta √ paninho √ comida √ muda de roupa √
E é bem provável que se esqueça de alguma coisa.
Tento também deixá-lo pronto antes de eu me arrumar. Então primeiro vai a mamadeira, a troca de fralda e vestir neném. Só depois eu como a primeira coisa que eu vejo, visto qualquer coisa e passo um reboco na cara para esconder os sinais dos meses maldormidos.
Chega a hora de sair e é bebê num braço, bolsa no ombro, chave do carro e de casa na mão, celular tocando... E eu só torcendo pra ele não fazer cocô ou gorfar bem agora.

De volta para a minha terra

quarta-feira, 8 de abril de 2015

Voltar a Portugal depois de quase cinco anos longe tem sido engraçado. A verdade é que eu virei apatriada. No Brasil sou portuguesa, em Portugal sou brasileira. Fiquei ali no limbo.
Portugal está igual mas tão diferente. Estou meio turista, tiro fotografias até a mendigos, a locais históricos. Não sei mais como funciona o transporte e talvez me vire melhor agora em São Paulo do que em Lisboa.
Mas há algo em mim em Lisboa que faz muito sentido. Parece que combina. Claro que estar de férias é bem diferente de trabalhar, viver.
Muitos me perguntam por que não volto. E confesso que essa hipótese nunca me passou pela cabeça "à séria". Claro que seria bom ter " colinho de mamãe" tão perto. Mas realmente não me imagino a começar tudo do zero outra vez. Uma coisa é aos 21 anos, quando era nova e estúpida. Agora, aos 30? Separada e com um filho nos braços? Não, obrigada.
Mas é tão bom estar aqui, nem que seja por uns dias. Bom para desanuviar. Quando voltar logo se vê.

Agora, sim, aos 30

domingo, 5 de abril de 2015

Agora tenho 30 anos.
Mas não me sinto assim tão diferente. Ainda bem.
A verdade é que isso aí de ter 30 anos não deveria significar nada. Afinal, o que se espera de alguém com 30 anos? Ter casa, emprego, marido, filhos, uma vida encaminhada?
Não se espera que alguém a partir dos 30 anos se comporte como um adolescente, viva la vida loca. Então nem que se eu quisesse,começar a me comportar como uma jovem não cairia nada bem.
Mas, e aí? A vida acaba?
Não sei muito bem o que esperar da vida aos 30. Não sabia também ontem, quando ainda tenho 29. Mas sei que esta é a hora de recomeçar, reescrever a história depois da página rasgada. Dá medo? Dá, e muito. Ainda parece que estou num pesadelo ou a viver a vida de outra pessoa.
Não sou tão forte como os outros me acham, mas sou mais do que aquilo que esperava ser. E sabem que mais? É a hora de parar de chorar sobre o leite derramado. Creio que Deus tem muito mais para mim.

Agora que sou mãe

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Desde que meu filho nasceu, percebi que há vários tipos de mãe: aquela que os outros esperam que eu seja, a que sou no Instagram, a que quero ser e a que efetivamente sou. E nem sempre uma ou outra prevalece.
A que os outros esperam que eu seja é a mais difícil! Porque aí é tarefa de super mulher! Ora vejamos: a mãe que os outros querem que nós sejamos tem parto natural em casa, amamenta até os três anos, trabalha em período integral, não tem babá nem faxineira, cuida da casa de forma exemplar, passa a ferro lençóis e calcinhas, é ótima cozinheira, tem as unhas sempre feitas, faz academia, cuida do cabelo e da pele e ainda é ótima esposa e amante. Ufa! Cansei só de pensar. A que mostramos ser no Instagram está entre a mãe que os outros querem que a gente seja e a que a gente quer ser. Afinal, quem quer postar fotos de pijama, dentes por escovar, cabelo por pentear e morta de cansaço e de falta de paciência porque a criança não quer comer?
A mãe que queremos ser é o nosso alvo. E, falando por mim, é o que mais quero alcançar na vida. Porque vai muito mais além do que mostro ser para os outros, e mais do que posso realmente ser para o meu filho.

Como se vive aos 30?

terça-feira, 31 de março de 2015

Daqui a cinco dias vou fazer 30 anos. Com cara de 15 (pele oleosa, te odeio), guarda-roupa de 13 e alma de... no mínimo 40. Ai, as vicissitudes da vida que nos envelhecem antes do tempo!
Definitivamente não estou onde gostaria de estar aos 30 anos. Sim, claro, tenho minha carreira, minha casa, meu carro, meu filho. Mas me vi de repente no cada vez mais extenso, infelizmente, rol das mães solteiras.
Eu, Ana Lima, achei que minha vida seria um conto de fadas eterno e caí do cavalo. De repente me vi com um filho nos braços, um marido que ainda não é ex na teoria, mas o é na prática, por mais que eu tente lutar contra isso. E não é fácil.
Há quase oito meses abracei isso de ser mãe com tanta força que meio que esqueci que sou mulher. E como mãe que é mãe vive com sentimento de culpa, tenho me dividido entre a vontade de ter a minha vida de volta e o desejo visceral de acompanhar cada momento do meu pequeno Antonio.
Vou comemorar meu aniversário do lado das pessoas que me amam e que mesmo morando do outro lado do Atlântico, querem tanto o meu bem como eu mesma. Vai ser um aniversário diferente, depois de nove anos. Mas... é vida que segue.
Os últimos meses não têm sido fáceis. Mas creio que não sou a única no mundo a sofrer com a dor de uma separação, quando algo nos é arrancado com fórceps que até leva as nossas entranhas junto. Mas tenho aprendido que eu preciso agradecer pelo fôlego de vida que Deus coloca nos meus pulmões diariamente. O resto a gente luta para conquistar.
Não sei se minha vida vai ser diferente depois dos 30 anos. Não por causa da temida idade e por estar solteira depois de nove anos acreditando em algo que deveria ser para sempre. Mas com certeza minha vida não vai mais ser a mesma. Eu não sou mais a mesma.
Estou com um medo do caramba do que está por vir. Mas sabem que mais? Vou enfrentar. E vou relatando aqui a luta de tomar de novo as rédeas da minha vida. Vai ser difícil? Vai. Vai doer? Muito. Mas com certeza vai valer a pena.
Porque ao meu lado vai estar o Maior de Todos, o Rei dos Reis, Príncipe da Paz. A Ele devo toda a gratidão pelos livramentos e porque sei que Ele tem o melhor para mim. E isso muitas vezes pode ser muito diferente daquilo que quero para mim.
E quem sabe no caminho este blog vira um sucesso e eu começo a receber um monte de jabá? Quem sabe?
 
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