Amar é para os fortes

segunda-feira, 20 de março de 2017

Numa época de relacionamentos vapt-vupt, de dar like esperando o match, de muitos "oi, sumida" nas redes sociais e poucos "vamos tomar um café agora?", demonstrar interesse pelo outro é cada vez mais raro. Hoje, ganha quem demora mais para mandar uma mensagem, o prêmio vai para quem é mais desapegado. Afinal, o que está acontecendo com o mundo que parece não querer mais amor na sua vida?

Há quem até se doe, mas pela metade. E não, não é aquela metade da laranja que o Fábio Júnior já cantava. Até porque ninguém deve procurar metade nenhuma, somos inteiros, ninguém deve vir para completar, mas sim para somar. Mas não é dessa metade que estou falando. As pessoas hoje, quando se interessam por alguém, vão já com o pé atrás, já estabelecem o limite até onde querem ir, independentemente de saber se o encontro terá aquele "fogo-de-artifício" típico de quem se gosta no primeiro olhar ou não.



Ninguém é obrigado a demonstrar interesse quando não se tem, ou a gostar do outro. Tudo bem, é normal. O que não deveria acontecer é a auto-sabotagem, o gostar e não querer nada além de uma noite quente de prazer e tchau. Acabou as mensagens de "bom dia", acabou a ligação no horário de almoço, acabou o interesse. Assim, simples, beijo e tchau. Venha o próximo da lista que não há tempo a perder. 

Amar, definitivamente, é para os fortes. E é por isso que devemos agradecer por cada toco, cada interesse que se esvai na manhã seguinte, cada "Desculpa, mas não vai rolar". Quem não está disposto a brincar no jogo do amor não deve descer para o play. Passa a vez para o coleguinha e fica no celular procurando o próximo no cardápio humano que você ganha mais. 

Quem procura amor de verdade não deve se preocupar com os "nãos" mascarados de sumiços que falam mais do que palavras. Deve é agradecer. Porque a pele se auto-regenera no amor próprio e prepara o coração do valente na busca da felicidade. 

Um dia após o outro

quinta-feira, 16 de março de 2017

Acordo. Antes do que gostaria, mas sem ajuda do despertador. Desde que ele nasceu, o meu corpo se acostumou a acordar sozinho. Olho para o lado, ele ainda dorme. É sempre bom acordar e vê-lo ali do meu lado. Nem reclamo quando ele me chama 5h da manhã, para pegá-lo na cama dele e levá-lo para a minha. "Mãe! Mamãe!". Dormimos juntos desde que ele tem seis meses. A desculpa primeiro era a amamentação. Mas foi ficando, ficando. Hoje ele só vai para lá de madrugada. Eu nem ligo - e adoro, devo confessar. Afinal, não vai ser um bebê para sempre.
Já estou cansada logo de manhã. No instagram as famosas já correram, já malharam com os Mahamudra no Ibirapuera, já fizeram dez refeições. Eu estou me esforçando para viver ainda. Puta canseira ser mãe. Essa é a verdade. Cansa, cansa pra caralho (desculpa mãe!). Mas somos ensinadas a não reclamar. "Não quis ser mãe? Agora aguenta". Meu filho, aguento com todo o prazer, mas que alguém poderia ter me avisado que nunca mais dormiria do mesmo jeito e que teria de aprender a viver para sempre cansada, com sentimento de culpa, com medo de falhar a qualquer atitude de birra ou má-criação. Claro que não desistiria de ser mãe, mas pelo menos estaria mais preparada.



Na maioria das vezes, eu não me acho uma boa mãe. Fico mais tempo no celular do que deveria. Talvez poderia insistir mais para ele comer, depois de eu ter passado uma hora cozinhando e ele dá apenas uma garfada e fala que não quer mais. Creio que boas mães teriam medo que o filho morresse de fome e criariam mil e uma estratégias para ele comer. Mas eu não. Eu insisto duas vezes, e se ainda assim não comer, eu mesma como. Já estou acostumada a comer restos do prato dele. Também não me acho uma boa mãe quando fico aliviada quando ele vai para o pai. "Meu Deus, sou horrível, fico contando as horas para o meu filho ir para a casa do pai. Que mãe sou eu?". 
No outro dia, dei pela primeira vez um tapa na mão dele, depois dele ter feito uma má-criação daquelas (nem lembro mais o quê). Ele chora, chora muito. E eu, claro, me sinto uma merda. E depois ele olha para mim e fala: "Mamãe, cupulpa". Ah, meus amigos, aí não há coração que aguente. Vontade de sair na rua e pedir para o primeiro estranho: "Moço, por favor, me dá um tapa na cara com toda a sua força, por favor?". 

Enfim, todas nós temos pelo menos um momento do nosso dia em que nos sentimos apenas “a pior mãe do mundo”. Em que precisamos daquele abraço, para nos dizer que vai ficar tudo bem. E sabem que mais? Geralmente tudo fica melhor após uma "boa" (coloco entre aspas porque a partir do momento em que você é mãe, dorme com um olho aberto e outro fechado) noite de sono. Amanhã começa tudo outra vez. É só torcer para, desta vez, ele pelo menos comer metade do que está no prato. 

 
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