Pelos textões, eu voto sim!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

Gosto de textão, ou não fosse eu de Humanas. Gosto de escrever - e demonstrar - o que penso e sinto. Embalada por uma sofrência qualquer e lendo textões por aí, eu vou lá e falo - ou escrevo.
Quase sempre me arrependo. É que, sem querer, acabo sendo contagiada por essa velha mania de que não se pode demonstrar sentimento. Eu até tento - juro! - mas isso aí não é para mim. Eu gosto mesmo é de falar o que sinto e quase sempre fazer papel de trouxa. É, faz parte, dizem.




É por isso que gosto quando encontro alguém assim como eu, que não tem medo de textão, não faz média, não tem reservas. É aquele tipo de gente que manda mensagem dizendo "Ei, quero te ver, quando vamos nos encontrar?". Que te pega pela mão, te leva para escutar uma boa música e te paga uma cerveja. Que espera você terminar o cigarro e já enche o copo de novo. Que quer saber mais sobre você.
Numa época em que o chique é ser desapegado, quem se fode é quem vai contra a maré e decide que vai falar, sim. Mesmo que depois venha a vontade de bater a cabeça na parede e que venha logo a torcida pela atualização no Whatsapp que permitirá apagar mensagens já enviadas. É que por mais que você não fale, não tem como negar o que está escrito na sua cara desde a primeira porção de batata frita com bacon e cheddar. 
É que a culpa não é minha. É da Marília, do Jorge, do Henrique, que fazem brotar as palavras que você nem sabia que tinha que botar para fora. É culpa também do Fred e da Natália, que me mostram que, sim, mostrar sentimento é bom, mesmo que a cabeça já esteja doendo de tanto que você a bateu na parede, tal foi o arrependimento que bateu depois do textão que teve apenas um emoji como resposta. Eu entendo, nem todo mundo está acostumado a uma enxurrada de verbos, assim do nada. Desculpe, é que é mais forte do que eu.

Há vida depois do fim

quinta-feira, 15 de dezembro de 2016

Gosto de gente bem resolvida. Gente que sabe exatamente o que quer, que não faz média, que não tem medo de lutar pelo que acredita nem de quebrar a cara. Gente que, quando sente, sente de verdade, mesmo que, dentro do peito, o amor se vá, aos poucos, misturando com a dor dilacerante do engano, da decepção infringida sem dó nem piedade. Gosto de gente assim, que sabe que no coração não tem lugar para meio-termo nem para remendos com band-aid.
Mas, sobretudo, gosto daquele tipo de gente que sabe desistir. Que conquistou, sem se dar conta, uma força interior capaz de matar o cupim da alma e que um dia acordou decidida a viver. Aí essas pessoas vão lá e vivem, de coração novo e cabeça em ordem. Para trás, fica o sentimento de dever cumprido, a certeza de que se fez tudo e aquela paz interior que sussurra que tudo vai ficar bem.
E geralmente tudo fica bem. Afinal, a vida segue, o sol nasce todas as manhãs, pessoas diferentes cruzam o seu caminho todos os dias. E se, antes, você não tirava a venda e só queria enxergar aquilo que você bem entendia - ah!, a velha mania que temos de nos auto-sabotar... -, você começa a ver coisas que você nunca tinha visto, a sentir a sinergia dos outros, a sorrir com vontade.





Depois do fim há um começo. Não, não é um recomeço, é tudo novo mesmo. É quando você decide que não quer falsas intenções ao seu redor, que está de saco cheio de relações sem fé, que a sua vida anda para a frente. E o bom é que, depois daquela sacudida que a vida nos dá, você aprende a dizer "basta" e a deixar o seu coração no lugarzinho dele, bem dentro do seu peito e não na mão de um crápula qualquer. Um dia você pode até querer dividi-lo para outro alguém, mas com a plena convicção de que você é o dono da sua vida e da sua cabeça. Se um dia aparecer alguém digno o suficiente para tocar no seu coração, divida-o com ele, mas sempre com a certeza de que você é o dono do seu próprio destino e você escolhe quem tem cacife suficiente.
Podem vir os momentos de solidão, em que você queria um peito para descansar a cabeça em uma chuvosa tarde de domingo. Mas para quem sobrevive a um fim, esse será um mero detalhe de uma vida comandada por você. Um dia triste, no outro sorrindo, dançando ao som de um rock dos anos 90, sentindo novos sabores, trocando energias, conhecendo gente nova, pessoas que te mostram que a vida, sim, ela segue. E segue muito bem, obrigada.
 
FREE BLOGGER TEMPLATE BY DESIGNER BLOGS