Carta para o meu amor

segunda-feira, 14 de outubro de 2019

Oi, tudo bem?
Sei que você não quer escutar o que tenho para dizer, mas preciso falar mesmo assim.
Sabe do que eu estava me lembrando? Daqueles dias onde o verão morava nos nossos olhos e que parecia que o sol brilhava só para a gente. Quando parecia que iríamos ser uma família de verdade para sempre, quando eu te falava que já tinha escolhido a música que iria tocar no nosso casamento e você dizia que queria Deus abençoando nossa união.

Agora o sol está lá escondido atrás de um nuvem escura, que deixamos surgir entre nós, como um muro de aço que nos separava e que nós fingíamos que era só um tapume de madeira que facilmente conseguiríamos derrubar. É que, no fundo, eu achava que um dia ia tudo ficar bem e que nos encaixaríamos perfeitamente, igual peça de quebra-cabeça.



Nunca iríamos dar certo. Eu sei, você sabe. As promessas de "para a vida toda" eram meras enganações que falávamos nos raros dias sem briga, quando as nossas diferenças se afinavam e parecia que finalmente ia ficar tudo bem.

Quero que você saiba que não menti quando te disse que te amaria para sempre. Até hoje não sei explicar o que nos uniu, mas acredito que é daquele tipo de amor que deixamos guardados na segunda gaveta do coração, e não aquele que gritamos aos quatro ventos e nos faz ficar de mãos dadas na velhice.

Queria falar que foi bom enquanto durou, mas nem sempre foi bom. Foi mau muitas vezes, vezes demais. Deixou novas cicatrizes, mas também deixou aprendizados. De que ninguém muda por ninguém a não ser por si mesmo. 

Nada acontece por acaso e ninguém passa nas nossas vidas por mero engano. Por vezes permitimos viver determinadas situações para mostrar que o maior amor que poderemos ter é o amor-próprio, e, a partir do momento em que ele prevalece, nenhuma migalha poderá surgir fantasiada de história de amor. E está tudo bem. 

 
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