Tipos de entrevistados

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Para quem não sabe, sou jornalista, formada em Portugal, e atuo na área há oito anos. Nesse tempo, tive a oportunidade de conhecer muitas histórias e muitas pessoas. Todos nós temos nossas particularidades, mas é possível, ao longo do tempo, formar subtipos de entrevistados. Pessoas acostumadas a dar entrevistas, pessoas que nunca falaram com um jornalista, e até, ouso dizer, pessoas que não sabem o que é um jornalista. Na hora da entrevista, eles são bem peculiares. 

O entrevistado "'É para a TV Diário?'"


São normalmente pessoas entrevistadas na rua. Talvez por não estar acostumado a ler jornal, esse entrevistado acha que jornalismo é só TV. Então, quando o repórter o aborda perguntando se pode participar de uma reportagem sobre, sei lá, a obra X que está acontecendo no centro, ele sempre pergunta: "Isso é para onde, para a TV Diário?". Que atire a primeira pedra o repórter de impresso que nunca escutou isso.

Reação do jornalista:
"Não, senhora, é jornal"

Não despeje seu lixo nos outros

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Todos nós temos uma bagagem. E, infelizmente, às vezes ela vem com lixo. São os problemas, traumas, desilusões que fazem nossa malinha de viagem ficar não só pesada, como suja e fedorenta.
E como ninguém gosta de carregar lixo por aí, às vezes temos a tendência de, mesmo sem querer, despejar nosso lixo nos outros. Não é que somos más pessoas, é que às vezes só queremos esvaziar um pouco o lixo.
Então o que fazemos? Naquele dia mau maltratamos a moça do caixa ou o porteiro, discutimos com o parente, perdemos a paciência com o filho, menosprezamos funcionário e até xingamos estranhos na internet - esta última, aliás, está muito na moda. Por trás do anonimato das redes sociais, parece que nos achamos no direito de criticar coisas sem nenhum rodeio: "Nossa, como você engordou", " caramba, você ficou horrível com essa roupa" e por aí afora.

O que as pessoas precisam saber sobre a licença-maternidade

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Já passou quase um ano desde que voltei a trabalhar, mas o tempo em que fiquei de licença-maternidade foi tão intenso que lembro até hoje.
Por isso, decidi compartilhar algumas coisas que acho que é necessário que todos saibam sobre licença-maternidade.

Licença-maternidade não são férias.
"Ah, quatro meses só descansando, né?". Amigos, não. Licença-maternidade é tudo menos descanso. É ficar noites sem dormir, dar de mamar a toda hora, cuidar do bebê e, de quebra, ainda dar um jeito na casa para que não pareça que passou um furacão.

Ficar o dia inteiro sem conversar com um adulto pode levar a mãe à loucura
Quando o pai trabalha o dia inteiro, a mãe acaba ficando muito sozinha. Parentes podem ir para visitar, mas eles mesmos acabam por não querer incomodar e não vão tanto. Então, a mãe fica o dia inteiro, durante quatro meses, sem falar com adulto. Lembro que o momento alto do meu dia era quando colocava o Antonio no sling e ia ao supermercado. Era quando conversava um pouco com a moça do caixa e isso me alegrava por uns breves instantes.



Coisas que estranhei quando vim para o Brasil

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Mudei-me para o Brasil em 2008. Apesar de hoje estar totalmente (ou quase) inserida na cultura, no início foi um pouco difícil me acostumar com coisas bem comuns por aqui. 

No Brasil, as pessoas - a maioria, pelo menos - toma banho duas vezes por dia. Tomam banho até antes de ir para a praia ou para a academia.
Foi um pouco difícil acostumar com isso. Em Portugal, a gente toma banho uma vez por dia, sempre achei isso de bom tamanho. Quando fui percebendo que aqui o povo curte um chuveiro, fui adotando a prática para não ser chamada de "portuguesa porca" rs. Mas às vezes ainda acho que dá para tomar um só. Afinal, a água está acabando em São Paulo, né, gente?





Aqui, os hábitos alimentares são diferentes. Come-se arroz com feijão todos os dias, no almoço e no jantar, e inclusive come-se arroz e feijão com macarrão ou lasanha. Bizarro.
Eu vivo perfeitamente bem sem feijão. Acho até meio indigesto se comer sempre. Gosto de um feijão fresquinho, mas vivo bem sem. Agora arroz, feijão e macarrão é sacanagem.


Os brasileiros gostam de contato físico. Muito. A toda a hora.
Nossa, essa foi difícil acostumar. Aqui, é bem comum as pessoas se cumprimentarem com um beijo (ou dois, depende da região) e um abraço. Mesmo se estiver vendo a pessoa pela primeira vez. Era estranho para mim ter um contato físico tão forte com pessoas de quem não sou próxima ou até que não conheço. Seria legal se houvesse um código de como cumprimentar os outros, porque até hoje não sei quando é socialmente aceito cumprimentar com um abraço, um beijo, um aperto de mão ou só um aceno tímido.


As pessoas geralmente não são pontuais. E parece que realmente ninguém se importa.
Quando se marca um compromisso, parece que todos já sabem que tudo só vai começar bem depois. Porque não é um atraso de 15 minutos, não. É, no mínimo, uma hora. 


O papel higiênico sujo é jogado na lixeirinha.
O sistema de encanamento de esgoto aqui não é lá essas coisas, então é necessário que o papel higiênico sujo seja jogado na lixeirinha. Isso é bizarro e não combina com a higiene expressa pelos dois banhos diários. Tem vezes que eu jogo no vaso mesmo e já era. Mas já me arrependi de o fazer, acreditem.


Tudo aqui é comprado parcelado.
Na primeira vez que fui no shopping, vi na vitrine um tênis que dizia: 10x de R$ 56. Não entendi o que aquilo era, e me explicaram que aqui, por conta do preço alto das coisas, as pessoas compram as coisas parceladas. Na minha família nunca tivemos cartão de crédito, então, quando queríamos comprar algo, juntávamos dinheiro. Quando fiz as contas e converti o preço para Euros, vi o absurdo do preço e entendi o porquê do parcelamento. 

Aqui há letreiros avisando coisas óbvias.
Como este:


O baguio é lei, véi!

No Brasil, se o produto custa R$ 0,99 e você dá R$ 1,00, você não recebe o centavo do troco. E ninguém reclama.
Se o produto custa R$ 3,98 e você dá R$ 4, também não recebe troco. Essa foi uma batalha perdida, gente. Fui vencida pelo sistema. Nem existe moedas de R$ 0,01 em circulação.


Se você está no ônibus em pé e está com sacolas, a pessoa que está sentada amavelmente pergunta se você quer que ela segure.
Da primeira vez que isso aconteceu, eu devo ter feito uma cara do tipo "Você quer roubar a minha sacola?" e disse "não, obrigada". Hoje, acho isso legal, demonstra simpatia.


Aqui as pessoas são muito próximas umas das outras. É um clima de grude união.
Falam com pai e mãe todos os dias, adoram juntar a galera sem nenhum motivo em especial e a maioria das pessoas não vê problema algum em chegar na casa de algum amigo ou parente sem avisar e ficar lá por horas e horas, com o pé em cima do sofá e abrindo a geladeira. Em Portugal somos um pouco mais fechados em relação a isso, a maioria prefere que avisem quando vão receber visita. 


Tudo é questão de cultura, né? Mas às vezes eu só queria o meu centavo de volta.

Depressão é coisa séria!

terça-feira, 6 de outubro de 2015

É incrível como em pleno 2015 ainda tem gente que acha depressão frescura, desculpa de gente chata ou, pior ainda, falta de fé em Deus.
A depressão está por toda a parte, inclusive dentro da igreja (e em várias situações na Bíblia). E está na hora de sabermos lidar com a depressão pelo que ela efetivamente é: uma doença como qualquer outra e, por isso, deve ser tratada com profissionais.
A depressão é fruto da correria da vida moderna e do excesso de expectativas que colocamos nos outros e em nós mesmos. As próprias pessoas com depressão demoram a perceber que aquela tristeza é de fato algo mais sério.
Admitir a depressão é o primeiro passo para a pessoa doente. Mas e como devem agir quem está à sua volta?
Primeiro, não falem "Isso é falta de Deus. Vai procurar uma igreja"
Pessoinhas de Jesus, parem de falar isso. Crente deprimido tem Deus, sim. Ele ora também. E ele também tem comunhão com Deus. Mas ele está doente. Pelas mais variadas razões: traumas, abandono, abusos... E sabem que mais? Deus sabe de tudo isso! Ele quer ajudar os seus filhos deprimidos. Por isso Ele, além de enviar o Espírito Consolador, capacita profissionais a cuidar desse tipo de casos. Afinal, quando uma pessoa tem um problema renal, a gente fala para ele ir no médico, não é? Por que agir diferente com o deprimido?
Não fale "Você precisa ser forte"
A pessoa sabe que precisa ser forte. Ela não precisa de mais um dedo apontado para ela a lembrando de como ela é incapaz. Ao invés disso, pergunte como você pode ajudar.
Trate a depressão como uma doença
Depressão é coisa séria e pode levar à morte. Não é frescura de "gente fraca de cabeça" ou "pobre de espírito". É uma doença e que deve ser tratada como tal. Só que a sociedade não está preparada para admitir que nós precisamos de cuidar da nossa mente. Deprimido é fraco aos olhos da maioria. E num mundo em que o mais forte é que sobrevive, demonstrar sinais de fraqueza é inconcebível para muitos.
Eu até defendo que todo mundo deveria fazer psicoterapia. O autoconhecimento pode ser libertador e melhorar as relações sociais.
É triste ver esposas, mães, mulheres de Deus morrendo por dentro com medo de serem julgadas por ter depressão. "Nooossa, como assim está deprimida? Tem tudo! Tanta gente doente de verdade e ela reclamando de depressão". Gente, sério, em nome de Cristo, parem.
Se você tem alguém com depressão na família, deixe o julgamento de lado e tente ajudar essa pessoa. Orem a Deus por ela, falem de Deus para ela, mas também a ajudem a encontrar ajuda profissional. O bem-estar da família agradece esse cuidado.
Vamos julgar menos e ajudar mais?

Sobre sacrifícios

Chega um momento na nossa vida que é necessário sacrificar alguma coisa para o bem de outra pessoa. Na maior parte do tempo temos tendência a sermos um pouco egoístas, colocar a nossa vontade acima de qualquer outra coisa.
Isso está errado?
Não necessariamente. Mas acontece que ao mesmo tempo em que crescemos e nos consolidamos nesse estranho mundo dos adultos, precisamos ceder  algum ponto para garantir o bem-estar de outra pessoa. 

Fazer isso pode parecer até simples quando o fazemos por alguém conhecido, um parente, um amigo ou pela nossa família. Deixar de ir na academia para ficar mais com o filho. Abrir mão daquela promoção em prol de mais tempo em família. Parecem coisas normais.
Mas e quando o sacrifício envolve alguém que você não gosta ou sequer conhece? Muitas vezes nos deparamos com situações em que precisamos ceder ou sacrificar algo para que outra pessoa fique melhor. Isso acontece - ou decorria acontecer - na vida em sociedade.
Tal como é difícil abdicar de alguma coisa nossa para satisfazer outra pessoa, fazê-lo para o bem coletivo pode ser igualmente complicado.
Todos nós abdicamos de algo todos os dias. É normal. Não é fácil, mas faz parte do crescimento pessoal do ser humano. Ao nos sacrificarmos uns pelos outros, praticamos aquilo que é o mais importante: o amor ao próximo. Ah, e como o mundo seria bem melhor se todos praticássemos isso.

O melhor amor do mundo

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

À medida em que começamos a nos familiarizar com este mundão de Deus, acabamos por perceber o que realmente importa nesta vida. Claro que é confortável ter dinheiro, não precisar ficar fazendo conta para o salário dar até o fim do mês, viajar e ter o carro do ano. É legal também ter um corpo em forma, saúde para dar e vender, uma beleza que chama a atenção, um guarda-roupa recheado e vários amigos. É gostoso ter um emprego, uma carreira, ter sucesso profissional. É impressionantemente bom ter filhos, ter uma família, ter um lugar para voltar no fim do dia e chamar de "lar".
Mas a verdade é que se juntar tudo isso, não dá metade daquilo que eu considero o melhor amor do mundo: o amor de Deus.
 
FREE BLOGGER TEMPLATE BY DESIGNER BLOGS