Coisas que estranhei quando vim para o Brasil

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Mudei-me para o Brasil em 2008. Apesar de hoje estar totalmente (ou quase) inserida na cultura, no início foi um pouco difícil me acostumar com coisas bem comuns por aqui. 

No Brasil, as pessoas - a maioria, pelo menos - toma banho duas vezes por dia. Tomam banho até antes de ir para a praia ou para a academia.
Foi um pouco difícil acostumar com isso. Em Portugal, a gente toma banho uma vez por dia, sempre achei isso de bom tamanho. Quando fui percebendo que aqui o povo curte um chuveiro, fui adotando a prática para não ser chamada de "portuguesa porca" rs. Mas às vezes ainda acho que dá para tomar um só. Afinal, a água está acabando em São Paulo, né, gente?





Aqui, os hábitos alimentares são diferentes. Come-se arroz com feijão todos os dias, no almoço e no jantar, e inclusive come-se arroz e feijão com macarrão ou lasanha. Bizarro.
Eu vivo perfeitamente bem sem feijão. Acho até meio indigesto se comer sempre. Gosto de um feijão fresquinho, mas vivo bem sem. Agora arroz, feijão e macarrão é sacanagem.


Os brasileiros gostam de contato físico. Muito. A toda a hora.
Nossa, essa foi difícil acostumar. Aqui, é bem comum as pessoas se cumprimentarem com um beijo (ou dois, depende da região) e um abraço. Mesmo se estiver vendo a pessoa pela primeira vez. Era estranho para mim ter um contato físico tão forte com pessoas de quem não sou próxima ou até que não conheço. Seria legal se houvesse um código de como cumprimentar os outros, porque até hoje não sei quando é socialmente aceito cumprimentar com um abraço, um beijo, um aperto de mão ou só um aceno tímido.


As pessoas geralmente não são pontuais. E parece que realmente ninguém se importa.
Quando se marca um compromisso, parece que todos já sabem que tudo só vai começar bem depois. Porque não é um atraso de 15 minutos, não. É, no mínimo, uma hora. 


O papel higiênico sujo é jogado na lixeirinha.
O sistema de encanamento de esgoto aqui não é lá essas coisas, então é necessário que o papel higiênico sujo seja jogado na lixeirinha. Isso é bizarro e não combina com a higiene expressa pelos dois banhos diários. Tem vezes que eu jogo no vaso mesmo e já era. Mas já me arrependi de o fazer, acreditem.


Tudo aqui é comprado parcelado.
Na primeira vez que fui no shopping, vi na vitrine um tênis que dizia: 10x de R$ 56. Não entendi o que aquilo era, e me explicaram que aqui, por conta do preço alto das coisas, as pessoas compram as coisas parceladas. Na minha família nunca tivemos cartão de crédito, então, quando queríamos comprar algo, juntávamos dinheiro. Quando fiz as contas e converti o preço para Euros, vi o absurdo do preço e entendi o porquê do parcelamento. 

Aqui há letreiros avisando coisas óbvias.
Como este:


O baguio é lei, véi!

No Brasil, se o produto custa R$ 0,99 e você dá R$ 1,00, você não recebe o centavo do troco. E ninguém reclama.
Se o produto custa R$ 3,98 e você dá R$ 4, também não recebe troco. Essa foi uma batalha perdida, gente. Fui vencida pelo sistema. Nem existe moedas de R$ 0,01 em circulação.


Se você está no ônibus em pé e está com sacolas, a pessoa que está sentada amavelmente pergunta se você quer que ela segure.
Da primeira vez que isso aconteceu, eu devo ter feito uma cara do tipo "Você quer roubar a minha sacola?" e disse "não, obrigada". Hoje, acho isso legal, demonstra simpatia.


Aqui as pessoas são muito próximas umas das outras. É um clima de grude união.
Falam com pai e mãe todos os dias, adoram juntar a galera sem nenhum motivo em especial e a maioria das pessoas não vê problema algum em chegar na casa de algum amigo ou parente sem avisar e ficar lá por horas e horas, com o pé em cima do sofá e abrindo a geladeira. Em Portugal somos um pouco mais fechados em relação a isso, a maioria prefere que avisem quando vão receber visita. 


Tudo é questão de cultura, né? Mas às vezes eu só queria o meu centavo de volta.

4 comentários:

  1. Se quiser o centavo de volta, por começar a ter paciência pra esperar a moça chamar a supervisora, falar pra ela que precisa de moedas de um centavo, esperar ela ir buscar e ai sim a pessoa do caixa te dar, não é nada impossível, mas requer paciência heheh gostei do post! :)

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  2. Ana, amiga, acho que tenho espírito europeu! Sou daqui não, não é possível...rs
    Acho uó visitar sem avisar, arroz+feijão+macarrão é péssimo, o lixo do banheiro realmente é nojento, mas nem a porcaria do encanamento funciona aqui, acho o cúmulo não devolverem o troco exato e o que mais me irrita profundamente: excesso de intimidade sem necessidade, muitos abraços e beijos de pessoas estranhas e contatos físicos em momentos desnecessários, odeio!

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  3. Do arroz e feijão acho bem repetitivo mesmo mesmo tendo nascido aqui, mas do arroz com feijão e macarrão acho muito carboidrato pra uma refeição hehehe

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