Nunca tive problemas na amamentação. Antonio pegou bem no bico desde que nasceu e eu nunca senti dor, nem tive aqueles problemas terríveis de peito rachado.
Durante quase quatro meses, ele se alimentou exclusivamente de mim, do leite que o meu corpo produzia.
Por amamentá-lo em livre demanda, quando voltei a trabalhar foi uma tormenta, porque o meu peito enchia muito e eu precisava ir ao banheiro fazer a "ordenha". Mas nem sempre aliviava, continuava cheio, doía imenso e um dia até desmaiei de dor.
Aos poucos o corpo foi se acostumando a essa rotina. Mas uma coisa era certa: assim que eu chegava do trabalho, precisava amamentá-lo imediatamente. Ele pedia. E eu amava isso. Era o nosso momento.
Até que ele parou de pedir. Quando eu oferecia o peito, ele colocava na boca mas não mamava, ficava brincando e rindo e logo pedia para ir para o chão. E eu entendi: o meu filho não queria mais mamar no meu peito. Isso aconteceu há duas semanas. Não voltei a dar. Sempre quis assim, que o desmame fosse natural, quando ele quisesse. Estava tudo nas mãos dele. E quando aconteceu, eu aceitei. Agora podia usar meus soutiens antigos e pintar o cabelo.
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| It's the end of an era. |
Até que caiu a ficha. "Meu filho largou o peito. Meu filho largou o peito. Meu filho largou o peito".
O meu neném está crescendo. Deu o seu primeiro passo em direção à sua independência. Ele não precisa mais de mim, do meu corpo para se alimentar. Ele não fica mais agitado quando dá 18h e eu não chego. Ele já não sente mais a minha falta nesse sentido. Ele até já quer sair andando e fica bravo quando lhe digo que ainda precisa dar as mãos.
Nunca quis que o desmame do meu filho fosse algo traumático. Que eu precisasse deixar meu filho chorando pedindo peito e eu negando. Mas nunca ninguém me explicou que o desmame poderia ser traumático para mim. Que eu iria sofrer com o fim dessa era. E então, decido deixá-lo dormir na minha cama de novo porque o tempo passa muito rápido e eu não estou preparada para algumas coisas.
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