Oi, saudade, como vai?

sábado, 21 de janeiro de 2017

Oi, tudo bem? Quanto tempo, né? Estava sumida. Logo você, que volta e meia dava o ar da graça, fazia um tempo que não aparecia. Sim, sei que eu pedi para você sumir, que eu queria viver o presente, com meu coração peludo. Mas é que eu esqueci de como você é astuta, que com você não dá para vacilar. Que boba fui, logo eu, que sabia que assim que eu fraquejasse, você voltaria a abalar as minhas estruturas e a bagunçar a minha vida. Pois é, fraquejei e deixei que você voltasse. E agora você não arreda o pé. Porra, me ferrei. De novo.
O problema é que com você tudo fica mais complicado. E mais fácil ao mesmo tempo. Você traz a felicidade de sentir aquele aperto no peito, relembrando as coisas boas que vêm com você, os abraços, os cheiros e as covinhas do sorriso. E é tão bom saber que, se eu fechar os olhos e me concentrar bem, volto àquele momento, em que um amor embalado pelos cânticos de uma torcida qualquer trazia lágrimas aos olhos e fazia a inevitável pergunta "Merda, e agora?" ecoar dentro do meu ser. Mas você traz também aquela aperto foda no coração, da vontade de viver o que não se teve tempo para viver, os passeios de mão dada em um empreendimento qualquer que transforma área de fábricas abandonadas em ponto turístico, as tardes embaixo do cobertor assistindo um filme que a gente nem vai estar prestando atenção porque o que interessa são os nossos corpos ali juntos, como nunca tivemos oportunidade. 
Eu não te chamei, mas você veio. E não veio sozinha. Foi lá atrás, há 11, 12 anos, e me fez ter vontade de transformar aquele passado inacabado em presente e futuro. Assim, sem aviso prévio, sem me dar uma dica, sem aviso prévio, sem dó. Porra, você só pode ser louca.




Mas não vai embora. Fica. Fica mais um pouco. Nem que seja para eu me acabar naquelas músicas que todos dizem que odeiam mas que trazem tantas verdades, que mostram que nem tudo o que ficou para trás tem de ficar lá e que talvez seja a hora de, desta vez, tentar acertar. 
Mesmo que você tenha deixado de lado o salto alto e a sutileza  para chegar de coturno chutando a minha cara, eu te digo: seja bem-vinda. Vê se me orienta direitinho desta vez e, por favor, não me deixes estragar tudo de novo.

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