Ela tinha um check-list de tudo o que queria num amor. Romântico daqueles que mandavam flores para o trabalho, educado, são-paulino e de direita, cristão, que não tivesse medo de chorar, que gostasse de crianças e cachorros. Era assim que ela queria. "Mas não agora, depois, tá? Agora quero curtir", pedia ela. Ah, tolinha, como se ela mandasse, né?
Por isso que quando ele apareceu ela não deu tanta bola. Seria mais um contatinho perdido na sua agenda de celular depois de uma ou duas saídas. "Ele não é o amor que encomendei, não dei 'check' em quase nada da lista, mas já que estamos aqui né?". Mas ele foi ficando e permitindo que ela ficasse na sua cama e na sua vida. E quando ela percebeu, já estava demasiado envolvida em algo que ela simplesmente não pediu para acontecer. E agora era tarde demais.
Meia-dúzia de peças de roupa e uma escova de dentes na casa dela, um par de chinelos e uma caixa de lentes de contato na casa dele, cerveja no freezer dos dois. Era só isso. E não tinha romantismo, flores, mas tinha histórias, risos, Amstel bebida a dois e muita autenticidade.
Ela tem aprendido que não dá para encomendar uma pessoa nos moldes perfeitos. Que está tudo bem não gostar de futebol e não ser ligado em flores. O que importa é que às vezes é preciso se abrir para que o mundo nos presenteie com agradáveis surpresas, mesmo que não tenham sido pedidas. Não há pessoas certas, há pessoas que se acertam com a gente e que te fazem querer tentar de novo.
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