*texto postado originalmente em 2011 em outro blog, mas mais atual do que nunca
Falar
de saudade é um tanto ou quanto clichê, mas “de quando em vez”, os clichês saem
do armário e ganham um pouquinho de vida, nem que seja em um blog que ninguém
lê.
Uma
vez disseram que eu era muito corajosa porque mudei para o outro lado do mundo
com 22 anos. Eu não acho nem um pouco. O que eu fiz não tem nada demais. Mas
não é sobre isso que quero falar hoje.
Hoje,
quero falar de saudade. O dicionário Aurélio diz que saudade é um “sentimento
nostálgico de pessoas ou coisas distantes ou extintas, acompanhada do desejo de
tornar a vê-las ou possuí-las”. É bem por aí.
Eu
sinto muitas saudades de Portugal. Também não admira, Portugal é o melhor país
do mundo. Não porque é mais desenvolvido que o Brasil (o que não corresponde
totalmente à verdade), mas porque é o meu país. Tudo o que sou é porque nasci,
cresci e me tornei adulta lá. Se eu tivesse crescido aqui, não seria o que sou
hoje, e não sei se gostaria de ser diferente.
Eu
costumo dizer que nós somos o que vivemos. Logo, hoje eu sou isto aqui, um
Brasil brasileiro, uma jovem mãe solo, com um emprego, dois cachorros, uma casa e contas para pagar. Mas como deixar de lado Portugal?
Não tem como.
E
eu gosto do Brasil. Muito mais do que os meus comentários irônicos e maldizentes nem
sempre tão bem compreendidos deixam transparecer. Mas tem um cantinho plantado
à beira-mar do outro lado do mundo que nunca me deixará totalmente completa.
Pode
parecer piegas, mas acho que quem vive fora da sua pátria-mãe sabe do que estou
a falar. Uma vez um jogador de futebol português disse: ”O hino não se aprende,
sente-se”. É por aí. Por mais que goste do Brasil, não sei se um dia vou amá-lo
que nem amo o meu pequeno país.
É
engraçado, se eu voltasse para Portugal, tipo, amanhã, eu continuaria
incompleta, porque aí me faltaria essa alegria e simplicidade do Brasil, onde é
tão fácil deixar raízes e amigos. Dos bons. Então, o que fazer?
Na verdade, não tem muito o que fazer. Só me resta seguir a vida com as escolhas que eu fiz para mim e, hoje, para o meu filho, e aprender que viver com o coração remendado não é tão ruim assim. E sempre tem as férias.
Na verdade, não tem muito o que fazer. Só me resta seguir a vida com as escolhas que eu fiz para mim e, hoje, para o meu filho, e aprender que viver com o coração remendado não é tão ruim assim. E sempre tem as férias.
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